segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Quando a emoção se faz dizer pelo não dito*

Alunos da 4ª Classe tendo aula debaixo da sombra de uma árvore, por Luiz C. Selbach

Alunos da escola agrária, retornando "machamba" (serviço na lavoura), por Luiz C. Selbach

Escrever sobre nossa viagem a Mangunde foi difícil. Talvez porque nossas sensações tenham nos arrancado as palavras... Porque elas foram várias, acompanhadas por inúmeras descobertas.
Podemos falar do que fizemos por lá: até lá, uma longa e emocionante viagem de aproximadamente 300km de Chapa (Van).  Na missão, "caminhar" para conhecer a rotina da obra Lassalista, ver os alunos do internato nos recebendo, depois acompanhando sua rotina, seus dormitórios, sua janta (...) . Na sexta-feira, conhecemos o internato feminino, uma aula um pouco diferente do que temos no imaginário (foto acima), a maternidade, o centro de saúde, o rio ‘Guzi’ que alguns alunos fazem a travessia diariamente, a escola agrária, o “baobá”, uma árvore gigante típica do continente africano e,  no final da tarde da sexta-feira, o retorno à Beira, mais uma viagem emocionante de volta!
Agora o que sentimos? Penso, que o silêncio toma conta de grande parte dos nossos corações! Talvez não esteja no momento de falar sobre isso, talvez não conseguimos expressar o que sentimos, talvez não tenhamos o que dizer, talvez só queiramos não falar.
Pra mim, me vem a imagem de uma menina correndo atrás da ‘chapa’ nos acenando na despedida de lá, com um sorriso que era capaz de abraçar o mundo, um sorriso de gratidão. Gratidão pelo quê? Pela nossa presença, e só. E só? Eu não sei. Grata ela? Nós?
Eu não sei.
Cada dia que passamos aqui, menos sabemos. Mas é um “não saber” tão cheio de “Sentir”. Tão cheio de alegria, de conhecimento, de novos sonhos, outros olhares, e já... de um tanto de saudade.   E o mais engraçado é que eu sigo tentando falar, daquilo que eu não consigo dizer.  Daquilo que eu sigo buscando escrever, mas que eu só consigo sentir.
Relato elaborado pela voluntária Michele D’Ávila.

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